Materiais encontrados nos ninhos da ave marinha podem ajudar a monitorar o nível de poluição dos oceanos.
Os atobás-marrons coletam lixo para construir seus ninhos. (foto: Davi C. Tavares)
Monitorar a quantidade e os tipos de lixo
no mar é uma tarefa que consome tempo e demanda elevados investimentos.
Porém, um recente estudo realizado com os atobás-marrons (Sula leucogaster)
no Arquipélago do Santana, em Macaé, e na Ilha dos Franceses, em
Arraial do Cabo, sugere que a espécie pode ser indicadora dos níveis de
poluição em diferentes regiões dos oceanos.Os atobás-marrons são aves marinhas que habitam áreas tropicais ao redor do planeta. Esses organismos coletam lixo que flutua em áreas próximas das ilhas de nidificação, o que torna possível utilizar os ninhos para monitorar a quantidade de poluentes nos oceanos. O referido estudo demonstrou que 61% dos 203 ninhos analisados contêm resíduos poluentes.
Diversidade de fragmentos de lixo coletados em um único ninho de atobá-marrom no arquipélago do Santana, em Macaé, estado do Rio de Janeiro. (foto: Davi C. Tavares)
Acontece que os atobás-marrons parecem coletar seletivamente fragmentos de colorações específicas – provavelmente porque os machos têm o comportamento de presentear a fêmea durante o ritual de cópula. Portanto, o monitoramento continuado é fundamental para compreender a eficácia de examinar a frequência de lixo nos ninhos como indicador do nível de poluição no oceano.
O projeto de monitoramento no litoral do Rio de Janeiro tem sido financiado com recursos de alunos da graduação e pós-graduação, em virtude da grave crise financeira que assombra a ciência no país.
Fonte: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4878/n/o_atoba-marrom_como_bioindicador
Nenhum comentário:
Postar um comentário