quinta-feira, 29 de junho de 2017

A mais rara baleia branca do planeta



Deve ser muito emocionante ver um dos maiores animais marinhos.

Agora imagine ver um desses animais sendo que existe uma grande probabilidade de ele ser o único no planeta?


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A baleia Migaloo foi registrada pela primeira vez no ano de 1991, quando ainda era um filhote, e de segundo especialistas, este animal que foi visto em alto mar, possui as mesmas cicatrizes vistas na baleia albina da década de 90.

Ela também apareceu em 2008, mas foi uma aparição rápida. “Paramos o barco, e ela estava há mais ou menos uns 200 metros de distância e aí começou a se aproximar mais, mais e mais, chegando a uns 50 metros de nós”, disse a família que teve o privilégio de avistar o raro animal. 

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Pesquisadores acreditam que atualmente, Migaloo, que em aborígene significa “Sujeito Branco”, tenha aproximadamente 20 anos e poderá atingir os 90 anos de idade. Recentemente, ela foi encontrada nadando em direção às águas frias da Antártida com outra baleia também branca, só que um pouco menor.

Os especialistas não sabem dizer exatamente se é um filhote do Migaloo ou uma outra anomalia da espécie. Migaloo é acompanhada de perto pelos cientistas australianos, por ela ser considerada uma excentricidade rara da própria espécie.

Na Austrália, todas as baleias-jubarte são protegidas por lei, e o contato humano é praticamente proibido.

Fonte: [ Discovery / Seeker ] [ Foto: Reprodução / Seeker ]

terça-feira, 27 de junho de 2017

Conheça o raríssimo lobo-marinho

Lobo-marinho que se alimenta apenas de peixes e pode nadar por horas 


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Eles se movem como fantasmas ao longo das margens da ilha de Vancouver no Canadá. Diferente de suas contrapartes terrestres, os lobos-marinhos costumam viver “com duas patas no mar e duas em terra”, de acordo com informações da National Geographic.

“Há algo sobre estar na presença de um lobo costeiro [também conhecido como lobo marinho] – eles têm essa magia e aura em torno deles”, disse o cineasta britânico Bertie Gregory, que em 2011 teve a sorte de se deparar com o raro animal.

Tal experiência o inspirou a retornar na ilha para documentar os lobos-marinhos para a primeira série do National Geographic para o YouTube, a “wild_life”. “Os lobos costeiros são predadores exclusivos, e eles estão caçando nesta paisagem absolutamente épica”, explica Gregory.

Ele refere-se como “paisagem épica” a uma ilha do tamanho aproximado de Maryland (EUA), a qual as franjas ocidentais e remotas ainda são uma fronteira selvagem em meio ao noroeste do Pacífico.

Chris Darimont, diretor de ciência da Raincoast Conservation Foundation, estudou o estilo de vida incomum dos lobos-marinhos por quase duas décadas, e compartilhou alguns fatos intrigantes sobre eles. Confira:

1 – Há dois tipos de lobos-marinhos

Existem duas populações de lobos-marinhos: os costeiros continentais e os lobos das ilhas costeiras – este último, o foco da busca de Gregory. Segundo ele, os das ilhas costeiras comem menos frutos do mar em comparação aos outros.

2 – Suas vidas se resumem ao oceano e arredores

Ao contrário dos lobos terrestres, os marinhos são inteiramente dedicados ao mar – e seus genes definem isso. Eles possuem uma forma de DNA distinta que os distingue dos terrestres, de acordo com um estudo de 2014 publicado na BMC Ecology.

Embora essas diferenças genéticas não sejam tão incomuns, descobri-las em uma área tão pequena como a costa oeste da ilha de Vancouver é.

“Os lobos são animais altamente móveis, que têm faixas domésticas de centenas de quilômetros extensão. Eles são capazes de atravessar vários tipos de barreiras naturais, incluindo a água”, explicou Erin Navid, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Calgary.

Até 90% da dieta destes animais e composta por mariscos, sendo o restante composto por salmão. Por vezes, eles também se alimentam de ovos de arenque, focas, lontras e carcaças de baleias.

3 – São excelentes nadadores

Quando o assunto é procurar comida, os lobos-marinhos podem nadar por quilômetros e entre ilhas apenas para procurar animais e carcaças. “Nosso registro mais distante [de suas habilidades de natação] é para um arquipélago a 12 quilômetros da massa terrestre mais próxima”, disse Darimont.

4 – Eles são do tamanho de um pastor-alemão

Menores em estatura do que os lobos cinzentos do país, os lobos-marinhos geralmente possuem uma cor marrom avermelhada.

5 – A ilha de Vancouver não é o único lugar que chamam de casa

Existem mais populações de lobos-marinhos no sudoeste do Alasca, embora seus números tenham reduzido ao longo do tempo. “Eles já foram até a Califórnia, suas antigas florestas tropicais temperadas. Agora são vão para o norte de Vancouver”, disse Darimont.

“Este é um lembrete de que devemos cuidar bem deles”.

Fonte: Jornal Ciência [ National Geographic ][ Fotos: Reprodução / National Geographic ]

sábado, 24 de junho de 2017

Peixe descoberto no mar profundo australiano


Ao longo de uma viagem de um mês com o objetivo de explorar as profundezas dos oceanos australianos, uma equipe de pesquisadores encontrou criaturas tão assustadoras que podem te tirar algumas noites de sono.
Até agora, a equipe de pesquisa, a bordo do navio batizado como “Investigator”, pertencente à Marinha Real Australiana, encontrou um peixe-dragão que brilha no escuro, esponjas carnívoras, aranhas-do-mar e um peixe sem rosto.
“Gelatinoso e predatório”, é como o pesquisador chefe da equipe Tim O’Hara descreveu a criatura encontrada em um abismo, que parece ter saído de pesadelos: o Bathysaurux ferox.
O peixe foi encontrado com o uso de uma rede de feixes que rastreia as águas abissais do leste australiano, onde John Pogonoski, da National National Fish Collection, reconheceu o predador raramente encontrado.
“Eu notei a longa base de barbatana dorsal característica do Bathysaurus ferox”,  explicou Pogonoski em um comunicado à imprensa. A única outra espécie no gênero, Bathysaurus mollis, possui uma base de barbatana dorsal curta e uma pequena barbatana dorsal, “Os grandes olhos e dentes são características clássicas de um predador de emboscada”.
Os Bathysaurux ferox de profundidade crescem até aproximadamente 60 cm. Além da boca e dos dentes característicos e ameaçadores, eles têm grandes olhos negro-esverdeados que parecem saltar de suas cabeças.
Essa espécie pode ser encontrada em águas com profundidade entre 1 e 2,5 km, razão pela qual ele não é comumente visto pelas pessoas. A população de Bathysaurux ferox está distribuída nas profundezas do oceano Atlântico e na região Indo-Oeste do Oceano Pacífico.
Abrigados nas profundezas dos oceanos, os Bathysaurux ferox são solitários e raramente encontrados. São predadores de emboscadas, o que significa que encontram suas presas esperando o momento perfeito do ataque. Quando as presas nadam em sua direção, eles mordem com seus dentes flexíveis que se deslocam para o fundo da garganta.
É difícil que eles encontrem alimentação no fundo do oceano e ainda mais raro que eles encontrem companheiros. Para aumentar as chances de reprodução, o Bathysaurux ferox se tornou hermafrodita, com órgãos reprodutores tanto masculinos quanto femininos, para que possam acasalar com qualquer outro membro da espécie que cruze seu caminho.
A equipe composta por 30 cientistas e técnicos internacionais continuará explorando o abismo oriental da Austrália até meados de junho. Eles planejam usar suas pesquisas do oceano para mapear e entender melhor a biodiversidade da região.
Fonte: [National Geographic]

Conheça mais este animal:


segunda-feira, 19 de junho de 2017

Conheça melhor a Águia-marinha-de-Steller


Águia-marinha-de-Steller


O bico da águia-marinha-de-Steller é especialmente saliente e grosso, típico de águias pesqueiras. Autor: Ziko van Dijk.
A águia-marinha-de-Steller (Haliaeetus pelagicus) é uma enorme ave existente na Ásia Oriental. Imponente, esta águia possui principalmente penas castanhas escuras, acompanhada de uma cauda, ombros, coxas e uma testa branca. Recebeu o seu nome de Georg Steller, um naturalista alemão. É uma das águias mais pesadas do mundo, apenas sendo ultrapassada pela águia-das-filipinas ou pelo gavião-de-penacho. Um indivíduo adulto pesa cerca de 5-9 kg. Enquanto de comprimento possam ter cerca de 85-105 (um pouco menos que as duas aves já mencionadas), possuem 1,95-2,5 m de envergadura de asa.
É na costa leste da Rússia e nas ilhas do Mar de Okhotsk e de Bering, que a águia-marinha-de-Steller se reproduzem. Avistamentos desta espécie são bastante comuns na Peninsula de Kamchatka. Esta península delimita o Mar de Okhotsk a este, enquanto a oeste, encontra-se a costa russa e a sul o Japão.
Um juvenil no Aviário Nacional, em Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos. Autor: Derek Ramsey.
Durante o Inverno, muitos indivíduos migram para o Japão, abandonando os seus territórios de reprodução. Outras águias podem chegar mesmo à Coreia. Mas ainda ha indivíduos que não migram e simplesmente vão para as ilhas no alto mar.
É no mar aberto que a águia-marinha-de-Steller se alimenta e obtêm a sua maior fonte de alimento. Nos terrenos de reprodução, a águia-marinha-de-steller alimenta-se principalmente de salmão. As etapas de vida anuais do salmão e o grande número de indivíduos a fazer a travessia do mar para o rio e vice-versa permite que as águias tenham uma grande abundância de alimento. Assim sendo, as águias costumam montar os seus ninhos perto das costas e rios, onde o salmão apareça em grande quantidade.
Um indivíduo a carregar a sua presa do dia. Fonte: Wikipedia.

A águia-marinha-de-steller pode chegar a comer tanto que deixa de conseguir voar

Estes grandes carnívoros caçam de um poleiro ou em pleno vôo. Elas mergulham diretamente no oceano e capturam as presas com as suas poderosas garras. Às vezes, se a oportunidade surgir, também ficam à espera em águas pouco fundas/sobre gelo e apanham peixes que passam, se a oportunidade surgir. Também são conhecidos por roubar comida a outros pássaros.
No Japão, a águia-marinha-de-Steller também caça bacalhau. Para além do peixe, também comem caranguejo, camarão, lulas, animais pequenos, patos, gaivotas e carcaças, e a lista pode continuar…
Apesar dos números baixos, as populações actuais destas aves parecem estáveis. É considerada vulnerável.
águia-marinha-de-steller a descansar sobre gelo.
Uma águia a descansar sobre gelo, em Raisu, Hokkaido, Japão. Autor: Michael Pinczolits.
Outrora, as suas penas eram muito cobiçadas, mas felizmente estas aves são protegidas em todo o seu habitat. Os japoneses consideram estas águias sagradas, chamando-lhes “O-washi”, que significa águia-grande.
Fonte: National Geographic, Wikipedia

sexta-feira, 16 de junho de 2017

A patola-de-pés-azuis

A patola-de-pés-azuis

 


Além das patas maravilhosas, o olhar não deixa nada a desejar. Salve simpatia!

A patola-de-pés-azuis (Sula nebouxii) é uma ave pelecaniforme da família dos atobás (Sulidae) que habita ilhas do Pacífico nas costa oeste da América Central (extendendo-se tanto para norte como para sul). O seu nome deriva do facto, destas aves apresentarem pés azuis. Esta característica é muito importante para os machos, pois é através da cor dos pés que conseguem chamar a atenção de potenciais companheiras. Quanto mais azul forem os pés, mais atrativo é o macho. O macho realiza uma dança ritual para conquistar a fêmea.
Um adulto pesa cerca de 1,5 kg e tem uma envergadura de asa de 1,5 m e 80-85 cm de altura. Em média, vivem até cerca de 17 anos.
Como outros patolas, o patola-de-pés-azuis faz ninhos no chão, quando anoitece. Quando chega o amanhecer, ele volta a levantar vôo em busca de alimento, organizando-se grupos de pesca cooperativos (nalgumas vezes). Eles procuram no alto mar cardumes de peixes pequenos, como anchovas.

 
 Autor: Tim Laman

Quando encontram o seu alvo, os patolas-de-pés-azuis recolhem as suas longas asas ao longo do seu corpo e mergulham em direção ao mar, às vezes desde de 24 m de altura. O patola-de-pés-azuis é um excelente mergulhador, estando dotado de características que auxiliam nesse trabalho.

Também usam os seus pés para cobrir as suas crias e mantê-las quentes. Normalmente, a progenitora coloca vários ovos, onde cerca de 1-3 crias nascem e ambos progenitores tomam conta dela. 

 
Autor: Frans Lanting.
Progenitores com as suas crias.

As populações de patolas-de-pés-azuis encontram-se estáveis, existindo só nas Ilhas Galápagos cerca de metade de todos os pares de indivíduos da população mundial (estando os restantes espalhados nas restantes ilhas do Oceano Pacífico).

terça-feira, 13 de junho de 2017

Mangalitsa, o porco com lã de ovelha

Mangalitsa, o porco com lã de ovelha

 



Este tipo de porquinho peludo apareceu no século XIX. Estranho ainda não ter se transformado em bicho de estimação. Afinal de contas, o que tem de gente com porquinho em casa hoje em dia...

sábado, 10 de junho de 2017

Uma lista dos animais mais venenosos do mundo

A fauna terrestre engloba espécies perigosas e até letais para humanos. Conheça os animais mais venenosos do mundo.


Por definição, todas as serpentes, lagartos, aracnídeos e muitos insetos são venenosos. Para efeitos práticos, porém, a classificação só vale para aqueles que possam trazer danos para a nossa saúde, ou até a morte. Algumas destas espécies, apesar da aparência, com formas e cores sedutoras, podem ocultar os animais mais venenosos do mundo.
Um mosquito, por exemplo, ao picar nossa pele, injeta uma toxina que é responsável tanto pela sedação local, quanto pela inflamação que surge em poucas horas e desaparece sem tratamento em alguns dias. No entanto, os mosquitos só são perigosos quando se tornam vetores de doenças, como a febre amarela e a dengue.
Voltando ao assunto “venenos letais”. A seguir, relacionamos animais com os quais é melhor não ter contato, a não ser através da segurança de um zoológico. Alguns encontros, no entanto, tornam-se inevitáveis.

O sapo do mar

 

O baiacu, também chamado de peixe-balão ou fugo, é a definição de diversas espécies de peixes da ordem dos tetraodontiformes que apresentam a capacidade de inflar o corpo, comuns nos rios do centro e norte da América do Sul. Algumas espécies habitam todos os mares tropicais.

Um baiacu com o corpo inflado.
Um baiacu com o corpo inflado.

A explicação para a estratégia é simples: para os possíveis predadores, o baiacu se mostra muito maior do que realmente é e isto pode afastar algumas ameaças. Mas não é o inchaço que torna este peixe perigoso. Ele possui uma glândula de veneno, também para afastar os caçadores dos rios e oceanos.
O baiacu é empregado na gastronomia, especialmente na cozinha japonesa, onde a sua carne é utilizada nos tradicionais sashimi. Cozinheiros do País do Sol Nascente sempre têm muita experiência em retirar a glândula, que provoca alergias que quase sempre levam a um infarto do miocárdio ou a uma parada cardiorrespiratória.

A pequena notável

 

A “Phyllobates terribilis”, conhecida como dardo venenoso dourado, é o vertebrado mais venenoso do mundo, proporcionalmente ao seu peso e tamanho. Ela é nativa da Colômbia. Quando adulta, ela atinge até cinco centímetros de comprimento, sem contar as pernas.
De coloração esverdeada, branca, amarela ou alaranjada sólida (sem listras ou pintas, como a maioria de seus parentes), os filhotes da “terribilis” apresentam cores mais pálidas.

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Esta pequena rã é proporcionalmente o vertebrado mais venenoso do mundo.

Já foram identificadas mais de cem toxinas nesta rã, que é criada em terrários do mundo inteiro, onde podem viver até cinco anos. O animal não consegue injetar o veneno, mas é um sinal para que pássaros e outros predadores mantenham distância. Indígenas brasileiros desenvolveram técnicas para extrair o veneno (através do aquecimento), que é utilizado para embeber as pontas dos dardos e flechas.
O principal agente tóxico é a homobatracotoxina, que provoca falência múltipla dos órgãos em poucas horas depois da exposição. O mesmo veneno, em menor concentração, é encontrado nas penas do pitohui, uma ave venenosa que vive na Nova Guiné.

Escolhida pelo Guiness

 

O Livro Guiness de Recordes escolheu a aranha armadeira (diversos aracnídeos do gênero “Phoneutria”), nativa do Brasil, a aranha mais venenosa do mundo, devido à potência do veneno, que tem ação neurotóxica (com apenas seis microgramas, é possível matar um rato). O corpo do animal atinge cinco centímetros e as pernas estendidas de uma fêmea, até 17 centímetros.

A armadeira, a aranha mais perigosa do planeta.
A armadeira, a aranha mais perigosa do planeta.

No país, é a segunda aranha que mais provoca acidentes, perdendo apenas para a aranha marrom. Estes indivíduos são extremamente agressivos, motivo por que não é permitida a criação da armadeira em cativeiro.
No habitat natural, estas aranhas vivem em tocas e, com o crescimento desordenado das cidades, passaram a escolher sapatos, bolsas, caixas e outros objetos como esconderijo. Uma curiosidade: além da dor, a picada da armadeira provoca priapismo, uma ereção peniana dolorosa que dura horas e pode causar impotência sexual.

Membro da nobreza

 

A cobra-real (“Ophiophagus hannah”), originária da Ásia continental, é a mais longa serpente entre as peçonhentas, podendo ultrapassar os seis metros de comprimento. Se a picada da armadeira pareceu impressionante, a da cobra-real faz cair o queixo: uma picada do réptil mata um elefante adultos em poucas horas. O veneno não é tão virulento como o das najas (parentes próximas), mas esta espécie tem capacidade de inocular uma quantidade bem maior (até sete mililitros), fato que torna o acidente potencialmente muito mais letal.

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A cobra-real: veneno para matar até um elefante.

“Ophiophagus” significa “comedora de serpentes”, mas a cobra-real também se alimenta de lagartos, pequenos mamíferos e ovos em geral. Este ofídio locomove-se sem problemas no solo, nos rios e na copa das árvores.
Apesar da fama, no entanto, a cobra-real, assim como a maioria das serpentes, é tímida e evita contato com grandes animais (o homem, inclusive). As fêmeas se tornam mais agressivas durante a vigilância dos ovos – elas são mães bastante zelosas, construindo ninhos com folhas e gravetos, reunidos com a cauda.
Todos os indivíduos deste gênero, no entanto, quando são acossados, sempre partem para o ataque. As cobras-reais conseguem levantar até um terço do corpo e seguem se movimentando na direção do agressor. Ao mesmo tempo, eles abrem os capelos (abas do pescoço) e começam a emitir um som semelhante ao rosnar de um cachorro.

Em formato de caixa

 

A Austrália é a casa de diversos animais perigosos e venenosos. É o “berço” do crocodilo de água salgada, do polvo de anéis azuis, do peixe-escorpião e de oito das dez serpentes mais peçonhentas do planeta. Uma espécie, no entanto, que parece inofensiva, é responsável por pelo menos cem mortes a cada ano (mais do que os acidentes com grandes répteis e tubarões). Trata-se de uma espécie de água-viva ou medusa, a caixa-australiana.

 A caixa-australiana, portadora do veneno mais letal da fauna terrestre.
A caixa-australiana, portadora do veneno mais letal da fauna terrestre.

O animal coloniza o litoral norte e nordeste da Austrália e também pode ser encontrado na Grande Barreira de Corais, que se estende por dois mil quilômetros. As toxinas da caixa-australiana são muito fortes e podem ser inoculadas a metros de distância do banhista, já que o corpo das águas-vivas é composto por grandes e vigorosos tentáculos, apesar da aparência frágil.
Muitos banhistas se afogam, dependendo da extensão do “ataque”. Outros conseguem atingir a praia, com marcas pelo corpo semelhantes a chicotadas. Em caso de parada cardiorrespiratória, é necessário procedimentos de urgência, como respiração boca-a-boca e massagem cardíaca.
O socorro médico precisa ser imediato para que as vítimas tenham alguma chance de sobrevivência. Existe um antídoto para o veneno, mas o medicamento não se mostra eficaz em 100% dos casos.
Fonte: https://www.blogadao.com/os-animais-mais-venenosos-do-mundo/

terça-feira, 6 de junho de 2017

Macacos d’água

Macacos d’água

Livro reúne conhecimento sobre primatas que vivem em ambientes alagados ao redor do mundo. Organizadores comentam a relação dos animais com esses ambientes e como as pesquisas sobre o tema podem ajudar na conservação dessas espécies.

 

Macaco-de-cheiro (‘Saimiri sciureus cassiquiarensis’) é uma das espécies que fazem uso de ambientes alagados. (foto: Marcelo Ismar Santana / Instituto Mamirauá)
 
Muitas espécies de primatas, em diferentes partes do mundo, fazem largo uso de ambientes alagados – entre eles pantanais, manguezais, igapós e até praias – para extrair recursos para sua sobrevivência. Conhecer a atual situação e as dinâmicas que regem tais ambientes é um desafio, mas também uma tarefa de grande importância para a manutenção dessas espécies. Em 2016, pela primeira vez, o conhecimento sobre esse tipo de primata será reunido em um grande livro: Primates of flooded habitat: ecology and conservation (“Primatas de hábitats alagados: ecologia e conservação”, em tradução livre), escrito com a participação de pesquisadores da África, Ásia e Américas Central e do Sul. A publicação, em inglês, tem previsão de lançamento para julho.
Ambientes alagados são, de uma forma geral, ricos em biodiversidade. No entanto, ainda há muito o que investigar sobre a presença de primatas nessas regiões. “Estudos com primatas em áreas alagadas são muito difíceis de serem realizados, primeiramente por questões logísticas, mas também porque nem sempre é possível ter acesso a essas áreas no período de águas altas, o que limita a pesquisa”, justifica a bióloga Fernanda Pozzam Paim, pesquisadora do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e autora de um dos capítulos do livro.
Apesar disso, o que já se sabe é bastante interessante. A quantidade de espécies que fazem uso de tais ambientes é grande: inclui gorilas e chimpanzés no Congo, orangotangos em Bornéu e até saguis na Amazônia. “Algumas espécies visitam os ambientes alagados apenas ocasionalmente para explorar alguns recursos específicos, outras podem passar a vida inteira neles”, conta Adrian Barnett, biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e um dos três editores da publicação.
Macacos d´água - uacari-branco
O uacari-branco (‘Cacajao calvus’) passa parte do tempo em florestas de várzea no norte da Amazônia, região periodicamente alagada por marés fluviais. (foto: Marcelo Ismar Santana / Instituto Mamirauá)

Em esforço inédito, a iniciativa reuniu pesquisadores de Brasil, Argentina, Guiana, Bolívia, México, Japão, Indonésia, Malásia, Estados Unidos, Inglaterra, África do Sul, Congo e Botswana, entre outros países. O livro vai apresentar dados sobre espécies que desenvolveram relações de dependência com ambientes alagados ao redor do mundo.
Em Pernambuco, por exemplo, os manguezais são fonte de ostras e caranguejos para os macacos-pregos da espécie Sajajus libidinosus. “Sem os martelos e quebradores que nós usamos para quebrar suas cascas e conchas, esses macacos usam peças de pau do manguezal para bater os crustáceos e moluscos até a carne suculenta ficar acessível”, explica Barnett. Já nas praias do sul do continente africano, babuínos frequentam as costas rochosas em busca de cracas e moluscos. No Japão, primatas da espécie Macaca fuscata – conhecida aqui como macaco-japonês – vão até a costa litorânea atrás das algas ricas em ferro e outros nutrientes que complementam sua alimentação.
Segundo o especialista, a preservação das áreas alagáveis é fundamental para a própria conservação dos primatas. “Algumas áreas estão realmente ameaçadas diretamente pelo desmatamento, como os manguezais de diversas partes do mundo”, alerta. “Outras estão sofrendo os impactos da mineração, como a acumulação de sedimentos e mercúrio, e outras, ainda, a extração excessiva de determinadas espécies vegetais”.

"Primatas são muito queridos ao olhar do público, as pessoas em geral acreditam que eles têm muito charme. Podemos usá-los como ‘espécies bandeiras’ para conservar os habitats – muitos deles em perigo".
 
Com o lançamento do livro, cientistas da área esperam contribuir não só com a conservação dos primatas, mas também de outras espécies animais e das próprias áreas alagadas. “Primatas são animais simpáticos, que quase sempre chamam a atenção das pessoas por serem considerados ‘próximos’ do ser humano”, lembra Paim. “Por este motivo, projetos de conservação de primatas, especialmente os ameaçados de extinção, são essenciais para a conservação da biodiversidade como um todo. Uma vez que um estudo é realizado em determinada área, com o objetivo de conservar uma espécie, toda a fauna e flora associadas a tal ambiente são automaticamente protegidos”, aposta. Barnett concorda: “Primatas são muito queridos ao olhar do público, as pessoas em geral acreditam que eles têm muito charme. Podemos usá-los como ‘espécies bandeiras’ para conservar os habitats – muitos deles em perigo”.

Fonte: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/3682/n/macacos_d'agua

sexta-feira, 2 de junho de 2017

O atobá-marrom como bioindicador

Materiais encontrados nos ninhos da ave marinha podem ajudar a monitorar o nível de poluição dos oceanos.

Os atobás-marrons coletam lixo para construir seus ninhos. (foto: Davi C. Tavares)
Monitorar a quantidade e os tipos de lixo no mar é uma tarefa que consome tempo e demanda elevados investimentos. Porém, um recente estudo realizado com os atobás-marrons (Sula leucogaster) no Arquipélago do Santana, em Macaé, e na Ilha dos Franceses, em Arraial do Cabo, sugere que a espécie pode ser indicadora dos níveis de poluição em diferentes regiões dos oceanos.
Os atobás-marrons são aves marinhas que habitam áreas tropicais ao redor do planeta. Esses organismos coletam lixo que flutua em áreas próximas das ilhas de nidificação, o que torna possível utilizar os ninhos para monitorar a quantidade de poluentes nos oceanos. O referido estudo demonstrou que 61% dos 203 ninhos analisados contêm resíduos poluentes.




Diversidade de fragmentos de lixo coletados em um único ninho de atobá-marrom no arquipélago do Santana, em Macaé, estado do Rio de Janeiro. (foto: Davi C. Tavares)
 
A metodologia para investigar se a incidência de lixo nos ninhos reflete a abundância desse poluente no mar é simples: os fragmentos deixados pelas ondas nas praias durante a maré baixa são utilizados para estimar a quantidade de lixo em águas costeiras. Os resultados indicam que os atobás-marrons marrons utilizam em seus ninhos plásticos, artefatos de pescas e outros itens na mesma proporção em que esses materiais estão disponíveis no mar. Portanto, os ninhos de atobás-marrons podem servir como uma alternativa relativamente fácil, rápida e barata para monitorar os níveis de poluição do mar em escala local.
Acontece que os atobás-marrons parecem coletar seletivamente fragmentos de colorações específicas – provavelmente porque os machos têm o comportamento de presentear a fêmea durante o ritual de cópula. Portanto, o monitoramento continuado é fundamental para compreender a eficácia de examinar a frequência de lixo nos ninhos como indicador do nível de poluição no oceano.
O projeto de monitoramento no litoral do Rio de Janeiro tem sido financiado com recursos de alunos da graduação e pós-graduação, em virtude da grave crise financeira que assombra a ciência no país.
Fonte: http://www.cienciahoje.org.br/noticia/v/ler/id/4878/n/o_atoba-marrom_como_bioindicador